18 de maio de 2006

Atrasado,mas ainda vivo:Echo and the Bunnymen em SP


Don´t forget the songs that made you cry,and the songs that saved your life
Rubber Ring- The Smiths


Última parada: Echo and the Bunnymen,no Credicard Hall.Atraso de 40 minutos, gente perdida, estranha, aventureira,fã,tiozões e tiazinhas,crianças com menos de 20 anos. Todos num Credicard Hall com pista reduzida e a melhor acústica que pude presenciar nesses últimos 6 anos de shows vistos na casa.
Sim,a pista estava reduzida.Nunca o Credicard ficou tão pequeno,o camarote cresceu. Uma galera que tinha comprado ingresso para as cadeiras superiores para o show cancelado,em março, foi transferida para a pista:negócio da China!
Eu estava completamente sem expectativas. Já tinha visto um show do Echo, no mesmo lugar há 3 anos,da turnê do CD What are you going to do with your life?, só que das cadeiras superiores onde tudo e todos ficam parecendo miniaturas da Lego ou Playmobil ou qualquer miniatura bonitinha.
A falta de expectativa foi substituída mais tarde por uma surpresa muito boa.
Pense num palco simples.Esse era o palco do Echo,sem firula,via-se o pedestal de Mr.Ian McCulloch,a bateria ao fundo,lateral esquerda espaço para o discreto-só na forma de ser portar no placo- Will Seargent, do mesmo lado estava o teclado,do outro lado,espaço para o baixista.Mais nada.
Eram 9:45 a casa ainda estava meio vazia.Cheguei cedo e consegui ficar na quarta fila quase na frente do Ian.
22:40 mais ou menos a banda subiu ao palco e mandou Going Up, música do primeiro disco, Crocodiles de 1980. A segunda música Show Of Strenght me deu a certeza de que o som estava perfeito, ouvia-se as lindas guitarras de Will Seargent e Ian McCulloch com vocal impecável ostentava seu velho charme britânico: estático,meio descabelado,com o cigarro aceso,óculos escuros e seu inseparável blaser preto.
A simplicidade do palco entrava em perfeita harmonia com a beleza do que se ouvia.O baterista Simon Finley deu um puta show, descia o braço quando necessário e era suave na hora certa.Will Seargent estava fantástico por traz dos cabelos médios, estático e discretíssimo o cara arrasava com suas paletadas precisas e criativas.Há que se lembrar que o som estava absolutamente equalizado.
Lá pela segunda ou terceira música,Ian pediu para aumentar o som e disse qualquer coisa sobre o som estar parecendo o de um rádio.(Entender o que ele fala é uma tarefa quase impossível para meu inglês enferrujado).
Som ajustado ao gosto de Mr. Ian,o show segue.
Além das músicas dos quatro primeiros discos e algumas do Siberia,último disco,rolaram dois covers,primeiro Roadhouse Blues,do Doors ?banda sobre a qual Ian disse que o Echo era superior,e é mesmo.Isso me faz lembrar de uma amiga que disse ter ouvido People are strange com o Echo e tinha gostado mais do que com o Doors,só queria ver a cara dela ouvindo Roadhouse Blues ao vivo.
Mais tarde, veio o segundo cover:Walking on wild side do Lou Reed.Nesta hora, estava lá atrás e vendo tudo -coisa rara- depois de ter me cansado de ficar entre um cara 2x2 -além de grande queria ficar na frente de todo mundo - e um pivetinho, não muito mais alto que eu, que pulou até na hora de Killing Moon. Ok, vamos nos empolgar, mas pular ouvindo Killing Moon...
Quase duas horas de show, repertório bacana, algumas músicas desconhecidas ?que sempre precisam ser tocadas num show - banda competentíssima,Ian com vocal perfeito,som bem equalizado e acústica nunca antes ouvida no Credicard Hall,resultado: sábado perfeito!

P.S.:Ian quase não fala com o público quando o faz pouco se entende.Mas num momento ele brincou com a idéia de Brasil e Inglaterra se enfrentarem na Copa do Mundo. Minha provocação futebolística a ele seria lembra-lo de apenas um nome: Mineiro.Como será que ele pronunciaria este nome carrasco,responsável pelo gol que matou o Liverpool,no mundial do Japão,em dezembro de 2005?

P.S 2: A segunda provocação está na epígrafe: ele nunca gostou dos Smiths!