29 de novembro de 2005
Surpresas, expectativas e som embolado
Por que raios a qualidade de som de festivais, em lugares abertos, só melhora na hora da última banda?
Nisso o Claro que é rock não conseguiu se diferenciar de outros festivais novos ou velhos. Infelizmente. Penso como teria sido melhor o show do Sonic Youth se o som estivesse lindo como estava na hora do Nine Inch Nails.
E por falar em NIN que show foi aquele? Visualmente, o palco
e a iluminação estavam perfeitos, o som também. Como se não bastasse Trent Reznor chega mandando Wish como um socão no queixo.
A banda teve tudo ao seu favor. Foi um puta show que também abriu meus olhos e ouvidos para um som que nunca dei muita bola e que daqui para frente com certeza vou prestar mais atenção.
Esse festival foi um dos que mais me surpreendeu. Minhas expectativas estavam todas sobre Iggy Pop e Sonic Youth, mas os shows de que mais gostei foram NIN e Flaming Lips ( e mais ainda do Flaming Lips). Gosto muito da Nação Zumbi, inclusive, foi ótimo entrar na Chácara do Jockey e vê-los no palco, mas fui ao CQÉR ver as atrações principais.
Logo depois da Nação, o Fantômas começou a tocar no palco 2. Não entendi nada. Esta hora estava procurando um lugar legal para ver o Flaming Lips. Sim, eu queria ver o show. E fiquei surpresa com a preocupação do Wayne Coyne para que tudo desse certo no show, fiquei alegre como uma criança ao ver os bichinhos de pelúcia, aquele solzinho fofo, os balões coloridos, o papel picado, o Wayne na bolha e a interação entre ele e o público. O repertório estava ótimo e incluiu dois covers improváveis,pelo menos para mim, Bohemian Rhapsody (Queen) e War Pigs (Black Sabbath) o mais bacana foi que eu consegui ver o show inteiro do alto do meu 1,50 cm de altura. Isso é inédito. Normalmente, não vejo quase nada porque sempre entra alguém enorme na minha frente. Antes de começar o show até pensei que eu deveria fazer como a maioria das mulheres em shows e baladas de São Paulo: andar com aquelas botas plataforma de quase 20 cm, isso já me ajudaria bastante. Mas não precisei de plataforma, vi tudo: os bichinhos, o telão sincronizado com as músicas (viva Kraftwerk que faz isso há tempos e é maravilhoso!) Só me arrependo de não ter tentado ver tudo lá da frente, soube que estava tranqüilo e tinha uma galera bacana vendo o show.
Resultado: estou apaixonada por Flaming Lips. Nunca fui grande conhecedora e tampuco fã. Se voltarem, com certeza, serei uma das primeiras a comprar o ingresso. Ah, e salve, salve Brian Molko que foi quem sugeriu a banda para tocar no Claro e ainda mandou uma boa definição do que é ver um show do Flaming Lips: é como ir a uma festa de criança viajando de ácido.
Depois de toda a fofura psicodélica do FL, a crueza do tiozinho mais inteiro, mais visceral e mais rock´n roll de todos: Iggy Pop.
E se no show anterior consegui ver tudo, nesse comecei a desejar a plataforma de novo. Vi o Iggy de muito longe, ele era quase que uma miniatura no palco. Uma miniatura que dava vários pulos usava calça justa e que no fim do show estava quase com a bunda de fora depois de ter caído nos braços do povo, literalmente.
Curti muito ouvir No Fun, I wanna be your dog e ouvi-lo reclamar, puto, após a penúltima música do show. Mas não me envolvi muito. Não sei explicar por quê.
Na hora do Sonic Youth, duas coisas em comum com o show do Iggy Pop: não me envolvi tanto e continuei pensando na plataforma de quase 20 cm que me ajudaria enxergar melhor o casal cabeludo Thurston Moore e Kim Gordon (Ela é fantástica! Quando eu estava aprendendo a tocar baixo queria ser ela quando eu crescesse). Nessa hora a decepção com o som do festival cresceu. Quase não dava para ouvir os agudos, o som estava abafado as loucuras guitarrísticas de Thurston Moore e Lee Arnaldo não ficaram nítidas como eles e nós que estávamos ouvindo merecíamos.
Por isso, sou obrigada a concordar com um amigo que diz que além de pagarmos caro nos contentamos com um som ruim só porque, dificilmente, veríamos bandas bacanas como essas aqui de novo.
Som meia boca na maior parte dos shows, ingresso caro, filas enormes para a cerveja noves fora line up ousado, pontualidade, boa quantidade de banheiros, boa localização dos palcos. O Claro que é Rock teve saldo positivo, mas precisa ficar mais atento com a qualidade do som, afinal manter essa tradição ruim é sacanagem com o público e com as bandas também. O único festival que vi na vida que manteve som honesto da primeira a última banda foi o Tim Festival 2004, mas foi em lugar fechado. Já é hora dessa história mudar. Que tudo melhore ano que vem e que as bandas sejam tão bacanas como as da primeira edição.
O próximo post vem com o último grande show que verei este ano, o Pearl Jam que traz o Mudhoney abrindo todos os shows da turnê brasileira (corro o grande risco de gostar mais da banda de abertura que a atração principal, semana que vem eu conto).
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4 comentários:
virou moda agora escrever textos quilométricos! virou moda, é!?
;)
gozado que eu nem notei o som embolado no show do sonic youth... vai ver pq eu tava bem na frente.
a kim gordon é realmente muito phoda.
NiN... que foi aquilo... putz, que show!
Sacanagem! Acabei de postar e já colocaram meu texto pra baixo! UHahuahuahu!!
Meu último grande show foi o do Weezer.
hihihihihi.
tá vendo? o povo não perdoa!
o fabio ficou uns dias com o post em primeiro lugar, agora a cátia retomou o posto.
daqui a pouco vamos começar a competir quem conseguiu o maior número de comentários...
=)
Tô começando a gostar disso...
Quem é o próximo?? Já tenho texto engatilhado para entrar aqui no máximo 2a feira.
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