eContinuando a campanha de divulgação dos melhores álbuns de 2006, este é um daqueles cujas faixas não tocarão em nenhuma rádio e muito menos em pistas de dança. Os sites descolados de música moderna não vão fazer review e divulgação, como já constatei por aí, mesmo sendo um álbum obrigatório de purificação e iluminação de muitas almas perdidas : Jerry Lee Lewis, minha gente, "The Killer" em pessoa, com seus 71 anos, lança esta preciosidade chamada Last Man Standing. The Killer nos presenteia 21 clássicos que vão do rock and roll ao country ao blues e de volta ao rock and roll, com convidados mais do que especiais o acompanhando em cada faixa. Logo na primeira escutada foi fácil escolher algumas faixas preferidas, e elas imploram para serem divulgadas. Coitadas, mal sabem que eu faria qualquer coisa por elas.
A faixa que abre o disco, Rock And Roll, com Jimmy Page na guitarra é para mostrar logo de cara o que significa este disco. Nada mais que um dia na vida de Jerry Lee Lewis, sentado ao seu piano, tocando descompromissadamente à espera de alguns amigos e convidados. Eles vão chegando, dizem "Hey Jerry, vamos tocar aquela?". Tocam, se divertem a valer, dizem um "Hey Jerry, preciso ir andando, até a próxima". A porta se abre e o próximo camarada já chega sabendo o que é preciso fazer.
Uma das próximas faixas que me arrebatou foi Evening Grown, com Mick Jagger e Ron Wood. Jerry e Mick intercalam seus vocais de forma descontraída e divertida. Que delícia é ouvi-los cantando While I'm waiting for your blonde hair to turn grey...
É algo que se nota em muitas faixas, Jerry brincando com seus convidados. É um menino, é um dos Pais, mostrando como se deve fazer um disco com clássicos do rock, do country e blues, sem exageros, simples, exatamente como as músicas originais vieram ao mundo.
O blues de You Don't Have To Go, com Neil Young, é memorável. Jerry, o seu incendiário piano, Neil, e sua estridente guitarra. Quem é o próximo, por favor, isto aqui está bom demais.
Em Sweet Little Sixteen, de Chuck Berry, outro Paizão do Rock, Jerry tem como convidado Ringo Starr. Sempre fui fã da voz de Ringo e aqui ele se junta a Jerry e me faz sorrir de orelha a orelha.
Para finalizar logo essa história de algumas de minhas favoritas, que tal escutar o blues Trouble in Mind com o piano de Jerry e a guitarra de Eric Clapton? Aqui a coisa não só funciona, como emociona.
Um disco sem frescuras, produzido na medida, tocado com paixão, longe de ser perfeito, graças aos céus, isto é Rock'n'Roll. Last Man Standing, de 2006, um disco de um dos caras que ajudou a montar todas as bases do que escutamos hoje, exatos cinquenta anos depois de lançar seu primeiro single, Crazy Arms/End Of The Road, de 1956.
Yeah, come on baby, whole lotta shakin' goin' on.
Botando pra quebrar, literalmente.
:
:jerry lee lewis:
:
tocando You Don't Have To Go de Muddy Waters ao lado de Neil Young no David Letterman
:jerry lee lewis:
:
tocando You Don't Have To Go de Muddy Waters ao lado de Neil Young no David Letterman
Nenhum comentário:
Postar um comentário