
Todas as bandas escaladas representavam o que há de mais tradicional e influente no rock nos últimos trinta anos. Isto é, muito punk, surf music e rock de garagem. Nada de música eletrônica, de teclados, nada do novo rock, de som moderno, "Nada de chubi-chubi-chubiruba", como disse muito bem um amigo. Uma pena os sets terem sido muito curtos, Pocket Shows de no máximo 45 minutos para cada banda, enquanto que o set do DKT/MC5 teve mais de uma hora.
Meu destaque vai para os Autoramas com suas influências de Man Or Astro-Man e Ramones; o New York Dolls paulista, Forgotten Boys, sempre direto, sem frescuras; Los Pirata com seu surf-punk-folk cantado em portunhol; o punk rock do Objeto Amarelo e suas letras divertidas e estranhas; os gaúchos do não menos divertido Irmãos Rocha! com seu punk rock das antigas; e o hard-core do Muzzarelas e suas bombinhas ninja. A parte negativa ficou para a acústica que, em praticamente todos os shows, foi um grande problema. O som dos instrumentos estava todo misturado, parecendo com um radinho de pilha AM/FM ligado no máximo. O mais curioso é que no show de algumas bandas a acústica ficou boa, em especial no show do Los Pirata e do DKT/MC5. Provavelmente o problema tenha sido causado pela pressa da organização, sem dar chance às bandas fazerem uma simples passagem de som.
Quando o DKT/MC5 entrou já passava das 3 da madrugada e nada mais importava. Ver o público cantando junto as influentes e, ao mesmo, deconhecidas músicas do MC5 foi emocionante. O senhor garganta Mark Arm gritava como nunca, foi perfeito em sua modesta posição de colocar pra fora toda a energia revolucionária cantada há mais de 30 anos atrás pelo falecido Rob Tyner. Wayne Kramer dividia com Mark a tarefa dos vocais, sempre muito simpático com o público. O mesmo Kramer, a certa altura do show, separou a platéia, pedindo que cada um cantasse um trecho e, logo depois, pediu que todos cantassem juntos, inflamando a platéia ao discursar "With unity, we have power!". O MC5 trouxe, nem que por um instante, um poquinho da atitude politizada que sempre marcou a banda na década de 60. Voltaram para dois bis antes de finalmente irem embora.
Queria deixar só mais uma notinha sobre o Campari... Ô liquidozinho estranho esse campari, parece um xarope de groselha. Será por isso que botam um monte de gelo, pra disfarçar o gosto ruim?
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